SITUAÇÕES DE REVISÃO COLETIVA:
• Garantir espaços para que os alunos possam interagir com textos bem escritos com os quais possam aprender e melhorar seus textos. Uma criança pode detectar questões que devem ser reformuladas em seus textos; porém, muitas vezes, não possuem ferramentas para modificá-los. Os modelos textuais são fonte de informação acerca de como realizar as alterações. Assim o professor pode propor questões que levem a ler passagens de outros textos em que apareça o problema encontrado pelos alunos e analisar com eles a maneira que outros autores resolveram este problema. Podem ser usadas questões como: Como fazer para que o leitor de nossos textos sinta medo? (no caso de contos de assombração). Como fazer para que o leitor tenha vontade de ler nossa nota até o fim? (no caso de um artigo de revista científica). Como fazer para que o leitor não confunda o que realmente aconteceu com nossa opinião sobre o ocorrido? (no caso de uma notícia jornalística).• Propor três alternativas de solução para que os alunos escolham a mais adequada para o seu caso.• Planejar situações em que seja inevitável revisar como a proposta de escrita de um texto por partes no qual diferentes grupos ficam responsáveis por diferentes partes do texto. Aqui, para que o texto tenha sentido – já que diferentes autores o produziram -, há a necessidade de ajustar nexos, relações, transformar a posição do narrador etc.
SITUAÇÕES DE REVISÃO INDIVIDUAL
• Intercâmbio de produções entre grupos, no qual cada grupo opina sobre a produção dos colegas. Esta atividade é interessante quando os alunos já têm condições de ler autonomamente e para ela podem-se utilizar consignas como as seguintes:— O que mudariam no texto dos colegas?— O que agregariam?— O que retirariam?É importante colocar que não se deve “mexer” no texto do autor – aluno. Nem professor, nem colegas. Somente o autor deve fazer as alterações que julga necessárias. Desta forma, a atividade proposta acima deve ser feita em um quadro à parte da produção analisada.• A professora pode marcar no texto do aluno a parte que precisa de revisão (como por exemplo, uma parte que faltou pontuação). Isto deve ser feito para que o aluno não precise ler o texto todo novamente e se centre apenas na tarefa de pontuar aquele trecho determinado.• Propor três alternativas de solução para que os alunos escolham a mais adequada para o seu caso.
Concluindo, um aspecto deve ser colocado para que os professores pensem. Para isto, utilizo das palavras de ROCHA, 2005:
“Há que se considerar, também, que o processo de apropriação de habilidades textuais constitui um movimento gradual e não linear e que, portanto, não se pode esperar que a criança consiga, numa revisão, simultaneamente todas as variáveis que o adulto consideraria.”
Aprender a revisar, portanto, é uma tarefa que deve ser colocada para os alunos desde as primeiras séries da escolaridade e como um conhecimento que é construído, deve ser apresentado como desafios difíceis, mas possíveis de serem realizados, nos quais se considerem as reais possibilidades dos alunos no momento.
BIBLIOGRAFIAKAUFMAN, Ana Maria (coord.). Letras y números: alternativas didácticas para jardin de infantes y Primer Ciclo de la EGB. Santillana: Buenos Aires, 2000.LUIZE, Andrea. O processo de produção textual e as intervenções do professor nas classes de Grupo 4, 1ª e 2ª séries. Centro de Estudos da Escola da Vila: São Paulo, 2005.ROCHA, Gladys e Maria da Graça Costa Val (org.). Reflexões sobre práticas escolares de produção de texto: o sujeito autor. Autêntica: Belo Horizonte, 2005.BUENOS AIRES. Secretaria de Educacion. Diseño Curricular para la Escuela Primária. Primer Ciclo. Buenos Aires: 2004BUENOS AIRES. Secretaria de Educacion. Diseño Curricular para la Escuela Primária. Segundo Ciclo – Tomo 2. Buenos Aires: 2004
Este Blog tem como objetivo principal compartilhar experiências desenvolvidas na Educação!
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terça-feira, 3 de junho de 2008
A forma como o professor lida com o erro do aluno influi definitivamente no trabalho com revisão (tomada aqui como um conteúdo procedimental a ser ensinado). Se for só o professor quem corrige e revisa a escrita das crianças, este lhe priva de uma fonte potencial de aprendizagem.Cabe aqui diferenciar então o que é CORREÇÃO do que é REVISÃO.
Na CORREÇÃO:• É o docente quem mostra através de indicações verbais ou escritas o que o autor deve modificar, acrescentar, suprimir etc. em seus textos.• IMPORTANTE: Esta ação não garante em absoluto que o autor do texto – no caso os alunos – vejam suas escritas da mesma forma que o professor que corrige e, portanto, não assegura que a mudança seja realmente feita.
Na REVISÃO:• É o autor do texto quem faz as alterações que julga necessário. Estas alterações podem acontecer:— Durante o processo de textualização: quando ao escrever, pára, retoma ao início, observa se está expressando efetivamente as idéias que tinha previsto e se esta fazendo isto com coerência, observa se está assegurando a conexão entre o escrito e o que planejou escrever, observa se está cumprindo o propósito que colocou em marcha ao escrever, lê para buscar sentido, continua a escrever...— Com sucessivas voltas após a textualização: as situações de revisão não são uma só por texto e com a mesma intensidade para todas, isto vai depender do tipo de texto, do destinatário do mesmo, da disposição das crianças. Por exemplo: uma lista de supermercado, uma carta a um amigo íntimo, uma página de um diário são textos em que o autor decide se é necessário revisar ou não, se pede ajuda de outro ou não. Já uma monografia, periódicos, revistas para a comunidade, textos informativos são textos que merecem todas as revisões possíveis até se ter um produto publicável e requerem até em alguns casos, a correção do docente antes de ser publicado.
Na Educação Fundamental, a revisão não deve ser vista como um procedimento que está a serviço de tornar o texto perfeito. Ao contrário, é possível que os alunos consigam fazer poucas alterações entre a primeira e a última versão do texto que escrevem. As situações de revisão que devem ser propostas para os alunos devem ter como objetivo favorecer uma nova possibilidade de interação com o texto – é possível, é preciso, é necessário olhar para um texto que foi escrito pensando em quem irá lê-lo.Toda situação de revisão tem dois focos de atuação: sobre a escrita (aspectos notacionais) e sobre a linguagem escrita (aspectos discursivos: coerência, coesão etc.). O escritor experiente atua sobre seu texto revisando os dois aspectos ao mesmo tempo. Mas, como nossos alunos estão começando a aprender como lidar com a nossa Língua faz-se necessário que as primeiras intervenções digam respeito à linguagem escrita e só depois, tome-se o código como foco de revisão.O professor precisa tomar cuidado para não “queimar etapas” apontando desde o princípio o erro do aluno. Deve sim, estar atento para provê-los de meios para solucionar os problemas colocados ou ao menos, encontrar uma solução mais satisfatória, ainda que esta não seja a ideal.Uma observação importante deve ser ressaltada: toda situação de revisão deve favorecer a tomada de distância entre a produção efetiva e a intenção do escritor ao produzir. Professores experientes colocam que o tempo de uma semana é o ideal para que os alunos distanciem-se de seus textos para depois voltar a olhá-los.Sendo a revisão tarefa do autor do texto, em muitos momentos precisa ser uma tarefa individual porque os problemas apresentados pelos textos são distintos. Mas é importante afirmar que a revisão coletiva é uma ótima situação de aprendizagem e deve ser usada sempre que os problemas são de muitas crianças. Para este tipo de atividade diversas experiências apontam que é muito importante chamar sempre os donos do texto, perguntar se aceitam que sua produção seja analisada pelo grupo e combinar que só serão feitas as alterações que concordarem.Muitas atividades podem ser realizadas como:
Na CORREÇÃO:• É o docente quem mostra através de indicações verbais ou escritas o que o autor deve modificar, acrescentar, suprimir etc. em seus textos.• IMPORTANTE: Esta ação não garante em absoluto que o autor do texto – no caso os alunos – vejam suas escritas da mesma forma que o professor que corrige e, portanto, não assegura que a mudança seja realmente feita.
Na REVISÃO:• É o autor do texto quem faz as alterações que julga necessário. Estas alterações podem acontecer:— Durante o processo de textualização: quando ao escrever, pára, retoma ao início, observa se está expressando efetivamente as idéias que tinha previsto e se esta fazendo isto com coerência, observa se está assegurando a conexão entre o escrito e o que planejou escrever, observa se está cumprindo o propósito que colocou em marcha ao escrever, lê para buscar sentido, continua a escrever...— Com sucessivas voltas após a textualização: as situações de revisão não são uma só por texto e com a mesma intensidade para todas, isto vai depender do tipo de texto, do destinatário do mesmo, da disposição das crianças. Por exemplo: uma lista de supermercado, uma carta a um amigo íntimo, uma página de um diário são textos em que o autor decide se é necessário revisar ou não, se pede ajuda de outro ou não. Já uma monografia, periódicos, revistas para a comunidade, textos informativos são textos que merecem todas as revisões possíveis até se ter um produto publicável e requerem até em alguns casos, a correção do docente antes de ser publicado.
Na Educação Fundamental, a revisão não deve ser vista como um procedimento que está a serviço de tornar o texto perfeito. Ao contrário, é possível que os alunos consigam fazer poucas alterações entre a primeira e a última versão do texto que escrevem. As situações de revisão que devem ser propostas para os alunos devem ter como objetivo favorecer uma nova possibilidade de interação com o texto – é possível, é preciso, é necessário olhar para um texto que foi escrito pensando em quem irá lê-lo.Toda situação de revisão tem dois focos de atuação: sobre a escrita (aspectos notacionais) e sobre a linguagem escrita (aspectos discursivos: coerência, coesão etc.). O escritor experiente atua sobre seu texto revisando os dois aspectos ao mesmo tempo. Mas, como nossos alunos estão começando a aprender como lidar com a nossa Língua faz-se necessário que as primeiras intervenções digam respeito à linguagem escrita e só depois, tome-se o código como foco de revisão.O professor precisa tomar cuidado para não “queimar etapas” apontando desde o princípio o erro do aluno. Deve sim, estar atento para provê-los de meios para solucionar os problemas colocados ou ao menos, encontrar uma solução mais satisfatória, ainda que esta não seja a ideal.Uma observação importante deve ser ressaltada: toda situação de revisão deve favorecer a tomada de distância entre a produção efetiva e a intenção do escritor ao produzir. Professores experientes colocam que o tempo de uma semana é o ideal para que os alunos distanciem-se de seus textos para depois voltar a olhá-los.Sendo a revisão tarefa do autor do texto, em muitos momentos precisa ser uma tarefa individual porque os problemas apresentados pelos textos são distintos. Mas é importante afirmar que a revisão coletiva é uma ótima situação de aprendizagem e deve ser usada sempre que os problemas são de muitas crianças. Para este tipo de atividade diversas experiências apontam que é muito importante chamar sempre os donos do texto, perguntar se aceitam que sua produção seja analisada pelo grupo e combinar que só serão feitas as alterações que concordarem.Muitas atividades podem ser realizadas como:
A REVISÃO DE TEXTOS COMO UM CONTEÚDO PROCEDIMENTAL A ENSINAR NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL
“...precisamos ensinar aos nossos alunos queescrever é, tantas vezes um longo processo queexigirá deles idas e vindas, ora como produtores,ora sob outra perspectiva, como leitores dos seus próprios textos.”
ROCHA, 2003.
Voltar-se para o que se escreve constitui-se um comportamento habitual de todo escritor experiente. Assim, sabe-se que escrever não é algo que se faça apenas em uma etapa – o texto não termina quando se coloca um ponto final! A tarefa de revisitar o escrito inúmeras vezes é de fato o que permite que a interlocução entre sujeito autor e destinatário se efetive.É importante ressaltar desde o princípio deste texto que o procedimento de revisão não está separado do processo de produção textual. Ele é um entre outros procedimentos que regem a ação de redigir textos. Planejar, textualizar, revisar e editar são ações que todo escritor segue quando lida com seus escritos.Mas, a partir de tudo isto, pensemos: Será que nossos alunos – escritores iniciantes – sabem que o texto que produzem não termina quando colocam o ponto final?Não. Pois toda atividade de produção, no início da escolarização, é uma tarefa árdua na qual os alunos colocam em jogo muitos conhecimentos e precisam lidar com muitas ações ao mesmo tempo. Sendo assim, é realmente uma tarefa cansativa que quando terminam, sentem-na como finalizada.Neste momento, o papel do professor é fundamental. É ele que vai ensinar aos alunos o que é revisar, qual sua importância no processo de produção, de que formas podem ser feitas, em que situações é importante revisar etc. Portanto, a revisão de textos constitui-se um conteúdo procedimental que precisa ser ensinado pois os alunos não aprendem sozinhos e muito menos escrevendo um texto em apenas uma versão. A primeira versão de um texto é apenas o primeiro ensaio! Não adianta, de forma alguma, o professor corrigir e entregá-la no mesmo dia!Desta forma, as situações de revisão se configuram como situações mais intensas e significativas do que o próprio ato de escrever estes textos. Em outras palavras: os alunos têm que aprender mais revisando do que escrevendo textos!Partindo desta idéia, algumas colocações importantes precisam ser feitas com relação à tradição escolar de olhar para o erro do aluno como uma “desorganização” de pensamento. Em contrapartida, numa concepção construtivista, os erros são tomados como marcas do que realmente os alunos sabem.Como diz MOLINARI, 2000:“Para o professor, olhar para o que há debaixo de um risco ou adivinhar a marca que o lápis deixou e que a borracha não pode apagar é, talvez, equivalente a descobrir aquilo que seu aluno está aprendendo.”
“...precisamos ensinar aos nossos alunos queescrever é, tantas vezes um longo processo queexigirá deles idas e vindas, ora como produtores,ora sob outra perspectiva, como leitores dos seus próprios textos.”
ROCHA, 2003.
Voltar-se para o que se escreve constitui-se um comportamento habitual de todo escritor experiente. Assim, sabe-se que escrever não é algo que se faça apenas em uma etapa – o texto não termina quando se coloca um ponto final! A tarefa de revisitar o escrito inúmeras vezes é de fato o que permite que a interlocução entre sujeito autor e destinatário se efetive.É importante ressaltar desde o princípio deste texto que o procedimento de revisão não está separado do processo de produção textual. Ele é um entre outros procedimentos que regem a ação de redigir textos. Planejar, textualizar, revisar e editar são ações que todo escritor segue quando lida com seus escritos.Mas, a partir de tudo isto, pensemos: Será que nossos alunos – escritores iniciantes – sabem que o texto que produzem não termina quando colocam o ponto final?Não. Pois toda atividade de produção, no início da escolarização, é uma tarefa árdua na qual os alunos colocam em jogo muitos conhecimentos e precisam lidar com muitas ações ao mesmo tempo. Sendo assim, é realmente uma tarefa cansativa que quando terminam, sentem-na como finalizada.Neste momento, o papel do professor é fundamental. É ele que vai ensinar aos alunos o que é revisar, qual sua importância no processo de produção, de que formas podem ser feitas, em que situações é importante revisar etc. Portanto, a revisão de textos constitui-se um conteúdo procedimental que precisa ser ensinado pois os alunos não aprendem sozinhos e muito menos escrevendo um texto em apenas uma versão. A primeira versão de um texto é apenas o primeiro ensaio! Não adianta, de forma alguma, o professor corrigir e entregá-la no mesmo dia!Desta forma, as situações de revisão se configuram como situações mais intensas e significativas do que o próprio ato de escrever estes textos. Em outras palavras: os alunos têm que aprender mais revisando do que escrevendo textos!Partindo desta idéia, algumas colocações importantes precisam ser feitas com relação à tradição escolar de olhar para o erro do aluno como uma “desorganização” de pensamento. Em contrapartida, numa concepção construtivista, os erros são tomados como marcas do que realmente os alunos sabem.Como diz MOLINARI, 2000:“Para o professor, olhar para o que há debaixo de um risco ou adivinhar a marca que o lápis deixou e que a borracha não pode apagar é, talvez, equivalente a descobrir aquilo que seu aluno está aprendendo.”
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