terça-feira, 3 de junho de 2008

A forma como o professor lida com o erro do aluno influi definitivamente no trabalho com revisão (tomada aqui como um conteúdo procedimental a ser ensinado). Se for só o professor quem corrige e revisa a escrita das crianças, este lhe priva de uma fonte potencial de aprendizagem.Cabe aqui diferenciar então o que é CORREÇÃO do que é REVISÃO.
Na CORREÇÃO:• É o docente quem mostra através de indicações verbais ou escritas o que o autor deve modificar, acrescentar, suprimir etc. em seus textos.• IMPORTANTE: Esta ação não garante em absoluto que o autor do texto – no caso os alunos – vejam suas escritas da mesma forma que o professor que corrige e, portanto, não assegura que a mudança seja realmente feita.
Na REVISÃO:• É o autor do texto quem faz as alterações que julga necessário. Estas alterações podem acontecer:— Durante o processo de textualização: quando ao escrever, pára, retoma ao início, observa se está expressando efetivamente as idéias que tinha previsto e se esta fazendo isto com coerência, observa se está assegurando a conexão entre o escrito e o que planejou escrever, observa se está cumprindo o propósito que colocou em marcha ao escrever, lê para buscar sentido, continua a escrever...— Com sucessivas voltas após a textualização: as situações de revisão não são uma só por texto e com a mesma intensidade para todas, isto vai depender do tipo de texto, do destinatário do mesmo, da disposição das crianças. Por exemplo: uma lista de supermercado, uma carta a um amigo íntimo, uma página de um diário são textos em que o autor decide se é necessário revisar ou não, se pede ajuda de outro ou não. Já uma monografia, periódicos, revistas para a comunidade, textos informativos são textos que merecem todas as revisões possíveis até se ter um produto publicável e requerem até em alguns casos, a correção do docente antes de ser publicado.
Na Educação Fundamental, a revisão não deve ser vista como um procedimento que está a serviço de tornar o texto perfeito. Ao contrário, é possível que os alunos consigam fazer poucas alterações entre a primeira e a última versão do texto que escrevem. As situações de revisão que devem ser propostas para os alunos devem ter como objetivo favorecer uma nova possibilidade de interação com o texto – é possível, é preciso, é necessário olhar para um texto que foi escrito pensando em quem irá lê-lo.Toda situação de revisão tem dois focos de atuação: sobre a escrita (aspectos notacionais) e sobre a linguagem escrita (aspectos discursivos: coerência, coesão etc.). O escritor experiente atua sobre seu texto revisando os dois aspectos ao mesmo tempo. Mas, como nossos alunos estão começando a aprender como lidar com a nossa Língua faz-se necessário que as primeiras intervenções digam respeito à linguagem escrita e só depois, tome-se o código como foco de revisão.O professor precisa tomar cuidado para não “queimar etapas” apontando desde o princípio o erro do aluno. Deve sim, estar atento para provê-los de meios para solucionar os problemas colocados ou ao menos, encontrar uma solução mais satisfatória, ainda que esta não seja a ideal.Uma observação importante deve ser ressaltada: toda situação de revisão deve favorecer a tomada de distância entre a produção efetiva e a intenção do escritor ao produzir. Professores experientes colocam que o tempo de uma semana é o ideal para que os alunos distanciem-se de seus textos para depois voltar a olhá-los.Sendo a revisão tarefa do autor do texto, em muitos momentos precisa ser uma tarefa individual porque os problemas apresentados pelos textos são distintos. Mas é importante afirmar que a revisão coletiva é uma ótima situação de aprendizagem e deve ser usada sempre que os problemas são de muitas crianças. Para este tipo de atividade diversas experiências apontam que é muito importante chamar sempre os donos do texto, perguntar se aceitam que sua produção seja analisada pelo grupo e combinar que só serão feitas as alterações que concordarem.Muitas atividades podem ser realizadas como:

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