terça-feira, 3 de junho de 2008

A REVISÃO DE TEXTOS COMO UM CONTEÚDO PROCEDIMENTAL A ENSINAR NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL


“...precisamos ensinar aos nossos alunos queescrever é, tantas vezes um longo processo queexigirá deles idas e vindas, ora como produtores,ora sob outra perspectiva, como leitores dos seus próprios textos.”
ROCHA, 2003.
Voltar-se para o que se escreve constitui-se um comportamento habitual de todo escritor experiente. Assim, sabe-se que escrever não é algo que se faça apenas em uma etapa – o texto não termina quando se coloca um ponto final! A tarefa de revisitar o escrito inúmeras vezes é de fato o que permite que a interlocução entre sujeito autor e destinatário se efetive.É importante ressaltar desde o princípio deste texto que o procedimento de revisão não está separado do processo de produção textual. Ele é um entre outros procedimentos que regem a ação de redigir textos. Planejar, textualizar, revisar e editar são ações que todo escritor segue quando lida com seus escritos.Mas, a partir de tudo isto, pensemos: Será que nossos alunos – escritores iniciantes – sabem que o texto que produzem não termina quando colocam o ponto final?Não. Pois toda atividade de produção, no início da escolarização, é uma tarefa árdua na qual os alunos colocam em jogo muitos conhecimentos e precisam lidar com muitas ações ao mesmo tempo. Sendo assim, é realmente uma tarefa cansativa que quando terminam, sentem-na como finalizada.Neste momento, o papel do professor é fundamental. É ele que vai ensinar aos alunos o que é revisar, qual sua importância no processo de produção, de que formas podem ser feitas, em que situações é importante revisar etc. Portanto, a revisão de textos constitui-se um conteúdo procedimental que precisa ser ensinado pois os alunos não aprendem sozinhos e muito menos escrevendo um texto em apenas uma versão. A primeira versão de um texto é apenas o primeiro ensaio! Não adianta, de forma alguma, o professor corrigir e entregá-la no mesmo dia!Desta forma, as situações de revisão se configuram como situações mais intensas e significativas do que o próprio ato de escrever estes textos. Em outras palavras: os alunos têm que aprender mais revisando do que escrevendo textos!Partindo desta idéia, algumas colocações importantes precisam ser feitas com relação à tradição escolar de olhar para o erro do aluno como uma “desorganização” de pensamento. Em contrapartida, numa concepção construtivista, os erros são tomados como marcas do que realmente os alunos sabem.Como diz MOLINARI, 2000:“Para o professor, olhar para o que há debaixo de um risco ou adivinhar a marca que o lápis deixou e que a borracha não pode apagar é, talvez, equivalente a descobrir aquilo que seu aluno está aprendendo.”

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